terça-feira, 2 de novembro de 2010

Regata – Uma velejada radical


Se vocês repararem, tirando o surf, eu escrevo pouco sobre esportes radicais nas águas. Isso porque quase não os conheço, mas a convite de um amigo, o Wagner, tive a oportunidade de participar de uma regata, e conhecer como velejar é radical.Sobre o esporte em si, pedi para o Wagner escrever um post e dicas sobre ele, e futuramente posto por aqui. Dessa vez, vou escrever apenas sobre minha aventura dentro do veleiro.A regata era uma corrida de veleiros que tinha saída próxima ao porto de Paranaguá e chegada em antonina (PR), acabamos não indo com o barco do Wagner por problemas de logística e maré baixa, e fomos com o veleiro do Herman, que já estava na água. Saimos por volta das 09:15h do yate clube. O tempo até a linha de largada era em torno de 1:30h, e até lá, fui me acostumando com o barco e ouvindo as dicas de ambos.
Os veleiros impressionam tanto pelo tamanho dos barcos, e principalmente quanto ao tamanho das velas. No começo saímos no motor, e após uns 40 min, erguemos as velas. Não tinha muito vento, então foi mais para sentir o barco, até me arrisquei a pilotar um pouco, mas não fui muito feliz hehe. Como não tinha vento mesmo, fomos até a linha de largada no motor, chegando lá nos encontramos com mais veleiros, e fiquei impressionado com duas coisas: a quantidade de modelos diferentes, e a diferença de idade entre as pessoas. Claro que em todos os barcos, haviam navegadores experientes (no meu caso, os dois eram muito, só eu que estava perdido), mas haviam desde crianças de 8/10 anos até clássicos de 70 anos. Demos uma treinada no que seria a minha função que era ajudar na “cambagem” (trocar as velas do barco de lado, para melhor aproveitar o vento), no treino até que não fui mal (era só soltar a corda hahaha), e fomos aguardar a largada. Como não tinha vento nenhum, a largada foi postergada, e acabou acontecendo pouco depois das 13h.Motores desligados e velas altas, não tinha muito vento e os barcos estavam andando para trás, alguns até soltaram ancoras para não perderem posição, meu pensamento foi “que troço estranho, onde ta o radical??”, mas foi questão de tempo, alguns minutos depois, com o vento mais forte, senti o porque do radical. O barco estava de lado (literalmente) na água, e eu estava do outro lado dele fazendo contra-peso, eu tinha a impressão que o barco ia virar a qualquer momento, lembro de pensar na musica “se esse barco não virar, olé olé olá”. Existia um trajeto definido para a regata, que era demarcado por bóias, onde tínhamos de contornar-las, e quando chegamos próximos delas, começou a ficar mais pauleira, foi a hora da primeira “cambagem”, obvio que eu me enrolei, e deixei a vela enroscar haha, mas o Wagner e o Herman são tranqüilos e relevaram, mas a segunda, estava mais ligado e fiz certinho, era simplesmente impressionante o barco virar de um lado para o outro: as velas mudavam de lado e o barco parecia tombar para o lado, um minuto estávamos como barco de um lado encostando na água, no outro minuto com o outro lado. Olhar os outros barcos fazendo isso também era incrível.
O esporte é extremista, num momento se esta com o barco de lado na água, com o comandante segurando tudo no leme, e o resto cuidando de velas e contra-peso, no outro o barco acalma, fica reto e vai no embalo das ondas e do vento.
Fizemos todo trajeto nessa correria e mudanças de ritmo até chegar em antonina. Tinham barcos com 1 tripulante só, que até agora não entendo como o cara conseguia tocar sozinho, trocando vela, fazendo cambagem e tudo mais, e contra partida barcos com 5 ou 6 pessoas.
A galera é bastante competitiva, e não correm pra brincar não, levam bem a serio o desafio, mas somente na água, pois acabando a regata, todo mundo estava rindo e conversando. O ambiente é muito familiar, o que acaba fazendo pessoas incentivando pais, filhos e netos a curtir a náutica, e transformando o esporte em algo legal para a família toda.
Em antonina, dormimos no barco e pela manhã, as 7h voltamos para Paranaguá. E isso achei perigoso e adrenado.
Estava uma neblina muito forte, e não conseguíamos ver nem 3 metros a frente do barco, estávamos nos guiando basicamente pelo GPS, então o perigo de dar de cara com algum barco de pesca ou obstáculo era alto. Até nos assustamos com um cargueiro que surgiu do nada, simplesmente apareceu. Depois disso, ficamos mais atentos e embora tenham surgido vários barcos, cargueiros e outros veleiros, não tivemos maiores dificuldades. Apenas o frio, que estava judiando.

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